domingo, 30 de abril de 2017

A sabedoria de Cora Coralina em 4 poemas

Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
Rumos errados
A caminhada …
Amassando a terra.
Carreando pedras.
Construindo com as mãos
sangrando
a minha vida.
Deserta a longa estrada.
Mortas as mãos viris
que se estendiam às minhas.
Dentro da mata bruta
leiteando imensos vegetais,
cavalgando o negro corcel da febre,
desmontado para sempre.
Passa a falange dos mortos …
Silêncio! Os namorados dormem.
Os poetas cobriram as liras.
Flutuam véus roxos
no espaço.
Não sei
Não sei…
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura…
enquanto durar.
Humildade
Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”
Cora Coralina, poetisa goiana.


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quinta-feira, 27 de abril de 2017

“Está estressado? Vai para o mato! ” Estudo diz que cheirinho de natureza ativa o sistema imunológico e previne estresse e câncer

Cientistas da escola de medicina Nippon, em Tóquio, analisaram o efeito terapêutico dos aromas das árvores e este estudo pode dar origem a um novo tratamento alternativo utilizando a aromaterapia. A ideia é que os cheiros da natureza, vindos óleos essenciais das árvores, possam diminuir dramaticamente a pressão do corpo humano e ainda estimular moléculas que combatem doenças diversas como o câncer.
Para estudar o efeito dos cheiros exalados pela floresta sobre o sistema imunológico humano, eles investigaram substâncias chamadas fitonetos (óleos essenciais de madeira) e quais seriam sua ação sobre a atividade das células Natural Killer (NK). Os fitonetos aumentaram consideravelmente a atividade citotóxica das células NK (do sistema imunológico) aumentando assim, sua capacidade de destruir não só invasores externos no organismo, como também impedir a multiplicação de células cancerosas.
Segundo o estudo, assim que os odores da floresta penetram o nosso organismo, os níveis de estresse e irritação diminuem-se prontamente. A exposição mais demorada e intensa ao cheiro do verde pode reduzir a pressão arterial e fortalecer a imunidade dos corpos. A ação inspirou os finlandeses, que criaram o Finnish Forest Research Institute, centro de referência que também estuda os fins terapêuticos dos cheiros das árvores.
Embora os cientistas ainda não tenham concluído as pesquisas sobre os efeitos dos que sentimos nas florestas, já foi comprovado que olhar para fotografias com temas relacionados ao meio ambiente relaxa o cérebro da mesma maneira que se o indivíduo estivesse no local fotografado.


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domingo, 23 de abril de 2017

“Se um filho ofende a mãe, esta não deveria atendê-lo.” Içami Tiba

Ninguém nasce sabendo ser pai ou mãe. Quando os filhos chegam, desconheço que venham com manual do fabricante ou com instruções “de uso”. Ninguém poderia escrever um manual assim, porque cada um dos filhos é um universo único. O que se pode fazer é tão somente trazer aos pais algumas reflexões sobre o seu comportamento enquanto educadores dos seus próprios filhos.
No Brasil, Içami Tiba (Médico Psquiatra, Educador, Escritor - foto) sempre nos convidou à refletir sobre a família e, em especial, à paternidade.
Não raro observamos filhos que maltratam e dominam os seus pais, demonstrando precocemente uma tendência à manipulação e à jogatina emocional movida à chantagem. Içami Tiba, em seu livro “Educação Familiar – Presente e Futuro”, ensina-nos a não ignorar tais situações:
“Se um filho ofende a mãe, esta não deveria atendê-lo. Se a mãe engole seco e procura atendê-lo, está reforçando a má educação. Se a mãe, sem ficar brava, disser claramente: “Se você me trata mal, eu saio de perto de você” (e se afasta), o filho vai aprender que se tratar mal as pessoas, elas se afastarão.
Não é interessante nem educativo a mãe se afastar em silêncio ou magoada. Tem de explicar que não aceitou como o filho a tratou. Não basta o filho vir e pedir algo outra vez. É preciso que antes peça desculpas pelo desrespeito. Este é o preço que o filho deve pagar por ter tratado mal a mãe. Se insistir com grosseria, ele que arque com outras consequências, que devem estar combinadas antes. Tudo o que é combinado tem de ser cumprido. Mesmo que a vontade dos pais seja perdoar, alimentam a má educação.”
A inércia, o silêncio, assim como atender ao filho quando este humilha, maltrata ou tenta de qualquer modo manipular os pais é anuir ao seu comportamento. É referendá-lo, incentivando-o a permanecer no equívoco da conduta. Estejamos atentos tanto aos nossos atos quanto às nossas omissões. A nossa atenção e cuidado quanto aos laços afetivos são provas de amor.

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quinta-feira, 20 de abril de 2017

15 provérbios Celtas, sabedoria através dos tempos

1. “Quanto maior o seu destino, maior o preço”

Às vezes pensamos que porque a estrada é difícil, o resultado final não vai valer a pena. Nós consideramos a possibilidade de desistirmos e sucumbirmos ao caminho mais fácil. Mas como este provérbio nos lembra, nada que valha a pena foi alcançado através da facilidade.

2. “Cuidado com o que você deseja, pois os deuses podem conceder a você”

Este diz muito. Nossos pensamentos e desejos são mais poderosos do que a maioria das pessoas imaginam. Nossos desejos e anseios são capazes de se manifestarem, especialmente se colocamos muita energia para eles. Pense no que vai dizer antes de dizer, porque pode acabar obtendo.

3. “A resposta branda desvia a raiva”

No calor de uma discussão, ou quando as duras palavras são faladas, uma voz suave pode acalmar a tempestade. Em vez de combater fogo com fogo, use as águas suaves de sua serenidade interior para falar suavemente. O resultado é sempre melhor.

4. “Seus pés vão levá-lo para onde está seu coração”

Tudo em que você colocar energia, os desejos que tem, e as verdadeiras paixões que possui – vão se tornar disponíveis para você em seu caminho. As coisas que realmente desejamos serão encontradas em nossas vidas e junto com elas seremos um.

5. “Um olho amigo é um bom espelho”

Nossos amigos são as nossos linhas de vida de muitas maneiras. Especialmente quando se trata de ver uma outra perspectiva quando precisamos.

6. “O que enche o olho, enche o coração”

As coisas sobre as quais nos focamos e deixamos entrar em nossas vidas, sem dúvida, estarão mais presente em nossas vidas. Se nos concentrarmos sobre a beleza que nos rodeia e como a natureza é maravilhosa, então começaremos a ver mais e mais coisas em nossas vidas como bonitas. Elas se tornam parte do que nós amamos mais e mais.

7. “É melhor uma coisa boa que é, do que duas coisas que eram

Muitas vezes nos esquecemos de nos concentrar no que já temos, ao invés do que “poderíamos ter ‘ou’ deveríamos ter ‘. Nós estamos vivos, neste momento temos tudo que precisamos. Na verdade, é melhor ver que o que temos é bom, grande, e perfeito para onde estamos agora, do que insistir em coisas que não podem ser alteradas.

8. “A verdadeira grandeza conhece a gentileza”

Ser grande significa muitas coisas diferentes para povos diferentes. Eu acho que a grandeza significa “ser puro e amoroso em tudo que você faz”. Há grandes líderes, grandes oradores, grandes ativistas, e os verdadeiramente grandes sabem que ser uma alva gentil irá ajudá-lo mais do que força bruta e palavras duras.

9. “Cegos devem ser os olhos na casa de outra pessoa”

Você sabe que algumas pessoas vão para a casa de seu amigo, ou para a casa de alguém e seguram o julgamento pelo o que veem. É melhor não fazer tais coisas. O que as pessoas fazem em suas próprias casas e como vivem é problema delas, de ninguém mais. Nós não usamos os seus sapatos e não dormimos em suas camas. As paredes da casa de outro guardam muitos segredos que não conhecemos.

10.”O caráter é melhor do que a riqueza”

O dinheiro pode comprar muitas coisas, mas não pode comprar-lhe paciência, um bom coração, ou o conhecimento do certo e errado. Apenas o caráter pode fazer essas coisas. E caráter será sempre mais valioso do que dinheiro.

11. “Não há alegria sem aflição”

Nunca podemos saber o quão bom é algo sem antes experimentar algo que era ruim. Temos de sentir dor para entendermos o quão maravilhoso é o prazer. Temos que passar por momentos desagradáveis ​​para recebermos os benefícios da alegria. É lei universal.

12. “Sem o conhecimento do passado perderemos o futuro”

Todos nós cometemos erros. É um fato. O que não é um fato é que todos aprendem com seus erros. No entanto, devemos. A fim de facilitar um futuro próspero, devemos manter os nossos erros na parte de trás de nossa mente para nos lembrar que é hora de tentar um caminho diferente.

13. “Se você não semear na primavera, não vai colher no outono”

Como alguém pode esperar para obter algo que quer, quando não trabalha para isso? Devemos nos esforçar e plantar as sementes de nossos desejos. Se você quer ser saudável, deve decidir comer alimentos saudáveis ​​e mudar seus padrões. Se você quer aprender mais sobre a história antiga, você deve ler livros e continuar a ensinar-se coisas novas. Nossos objetivos devem ser alcançados por nós mesmos.

14. “Um homem pode viver depois de perder a vida, mas não depois de perder sua honra”

Uma pessoa que mente, quebra promessas intencionalmente ou trai a confiança de outros, pratica ações de desonra. Quando essa pessoa morrer, não vai mais viver neste mundo e as suas histórias não serão compartilhadas. O seu nome não será falado com amor e memória. Uma pessoa que vive uma vida de bondade e verdade genuína estará sempre no coração dos outros-, mesmo depois que morrer.

15. “Quando surgem palavras iradas, uma boca fechada é calmante”

Palavras de raiva são faladas e muitas vezes retrucadas. Uma opção melhor é não dizer nada. O silêncio é fundamental em muitas situações. Ao manter a boca fechada e morder a língua, você é capaz de deixar a outra pessoa desabafar e não é responsável por qualquer coisa que alguém diz. Melhor permanecer silencioso do que pedir desculpas por ter deixado sua raiva tirar o melhor de você.
Aproveite o resto do seu dia e lembre-se de que somos todos humanos- cheios de erros e experiências de aprendizagem. Basta tentar ser uma pessoa melhor hoje do que ontem e as coisas vão inevitavelmente entrar em ressonância com uma frequência maior.


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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Cuidado com a Soja

Você bebe leite de soja e come carne de soja e acha que isso faz muito bem à sua saúde?
Então é bom ler este artigo até o fim.
No mundo inteiro, o setor de soja movimenta uma fortuna.
E tentam nos fazer acreditar que devemos consumir soja porque ela faz muito bem.
Será verdade?
Propagada como um alimento rico em proteínas, baixo em calorias, carboidratos e gorduras, sem colesterol, rico em vitaminas, de fácil digestão, um ingrediente saboroso e versátil na culinária, a soja, na verdade, é mais um conto do vigário do qual a maioria é vítima.
A soja vem da Ásia, mais especificamente da China.
Porém os chineses só consumiam produtos fermentados de soja, como o shoyu e o missô, os melhores produtos da soja.
Não é à toa que os antigos chineses não se alimentavam do grão de soja.
Hoje a ciência sabe que ele contém uma série de substâncias que podem ser prejudiciais à saúde e que recebem o nome de antinutrientes.
Um desses antinutrientes é um inibidor da enzima tripsina, produzida pelo pâncreas e necessária à boa digestão de proteínas.
Os inibidores da tripsina não são neutralizados pelo cozimento.
Com a redução da digestão das proteínas, o caminho fica aberto para uma série de deficiências na captação de aminoácidos pelo organismo. Animais de laboratório desenvolvem aumento no tamanho do pâncreas e até câncer nessa glândula quando submetidos a dietas ricas em inibidores da enzima tripsina.
Uma pessoa que não absorve corretamente os aminoácidos tem seu crescimento e desenvolvimento prejudicados.
Você já notou que os japoneses são, normalmente, mais baixinhos?
Já os descendentes que vivem em outros países e adotam as dietas desses países costumam ter uma estatura maior que a média no Japão (Wills, M. R. et al. Phytic acid and nutritional rickets in immigrants. The Lancet, 8 de abril de 1972, p. 771-773).
O efeito inibidor da absorção de aminoácidos pode comprometer a fabricação de inúmeras substâncias formadas a partir deles, entre os quais os neurotransmissores.
A enxaqueca, a cefaleia em salvas, a cefaleia do tipo tensional e outras dores de cabeça, além de depressão, ansiedade, pânico e fibromialgia, são causadas por um desequilíbrio dos neurotransmissores. Qualquer fator que prejudique a sua fabricação pode aumentar ou perpetuar esse desequilíbrio.
A soja contém também uma substância chamada hemaglutinina, que pode aumentar a viscosidade do sangue e facilitar a sua coagulação. Portadores de enxaqueca já sofrem de um aumento na tendência de coagulação do sangue e têm propensão maior a acidentes vasculares. A pior coisa para esses indivíduos é ingerir substâncias que agravam essa tendência.
Tanto a tripsina quanto a hemaglutinina e os fitatos são neutralizados totalmente pelo processo de fermentação natural da soja na fabricação de shoyu e missô, e parcialmente durante a fabricação de tofu.
Os fitatos, ou ácido fítico, são substâncias presentes não apenas na soja, mas também em todas as sementes, que bloqueiam a absorção de uma série de substâncias essenciais ao organismo, como cálcio (osteoporose), ferro (anemia), magnésio (dor crônica) e zinco (inteligência).
Você não sabia de nada disso?
Mas a ciência já sabe, estuda esse fenômeno extensamente e não tem dúvidas a respeito.
Já comprovou esse fato em estudos realizados em países subdesenvolvidos cuja dieta é baseada largamente em grãos (Van-Rensburg et al. Nutritional status of African populations predisposed to esophageal cancer. Nutr Cancer, v. 4, p. 206-216; Moser, P. B. et al. Copper, iron, zinc and selenium dietary intake and status of Nepalese lactating women and their breast-fed infants. Am J. Clin Nutr, v. 47, p. 729-734; Harland, B. F. et al. Nutritional status and phytate zinc and phytate x calcium zinc dietary molar ratios of lacto-ovo-vegetarian. Trappist monks 10 years later. J. Am Diet Assoc., v. 88, p. 1562-1566).
Claro que a divulgação desse conhecimento não é do interesse de toda uma indústria multibilionária da soja.
A soja contém mais fitato que qualquer outro grão ou cereal (El tiney ah proximate composition and mineral and phytate contents of legumes grown in Sudan. Journal of Food Composition and Analysis, v. 2, 1989, p. 67-78).
Nos demais cereais e grãos (arroz integral, feijão, trigo, cevada, aveia, centeio, etc.), é possível reduzir bastante e neutralizar em grande parte o conteúdo de fitatos com cuidados simples, como deixá-los de molho por várias horas e, em seguida, submeter a um cozimento lento e prolongado (Ologhobo, A.D. et al. Distribution of phosphorus and phytate in some Nigerian varieties of legumes and some effects of processing. J Food Sci, v. 49, n. 1, p. 199-201).
Já os fitatos da soja não são reduzidos por essas técnicas simples, requerendo para isso um processo bem longo (muitos meses, no mínimo) de fermentação. O tofu, que passa por um processo de precipitação, não tem os seus fitatos totalmente neutralizados.
O interessante é que, se produtos como o tofu forem consumidos com carne, ocorre uma redução dos efeitos inibidores dos fitatos (Sandstrom, B. et al. Effect of protein level and protein source on zinc absorption in humans. J Nutr, v. 119, n. 1, p. 48-53; Tait, S. et al. The availability of minerals in food, with particular reference to iron. J. R. Soc. Health, v. 103 n. 2, p. 74-77).
Mas geralmente os maiores consumidores de tofu são vegetarianos que pretendem consumi-lo em lugar da carne!

O resultado?
Deficiências nutricionais que podem levar a doenças como dores crônicas e fibromialgia.
O zinco e o magnésio são necessários para o bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso.
O zinco, em particular, está envolvido na produção de colágeno, na fabricação de proteínas e no controle dos níveis de açúcar no sangue, além de ser um componente de várias enzimas essencial para o nosso sistema de defesas.
Os fitatos da soja prejudicam a absorção do zinco mais do que qualquer outra substância (Leviton, Richard. Tofu, tempeh, misso and other soyfoods. The "Food of the Future" - How to Enjoy Its Spectacular Health Benefits, Keats Publishing Inc, New Canaan, CT, 1982, p. 14-15).
Por causa da tradição oriental, a indústria da soja conseguiu inseri-la em um status de "alimento saudável", sem colesterol, e vem desenvolvendo um mercado consumidor cada vez mais vegetariano.

Infelizmente, ouvimos médicos e nutricionistas desinformados, ou melhor, mal informados por publicações pseudocientíficas patrocinadas e divulgadas pela indústria da soja, fornecendo conselhos em programas de TV em rede nacional para consumi-la na forma de leite de soja (até para bebês!), carne de soja, iogurte de soja, farinha de soja, sorvete de soja, queijo de soja, óleo de soja, lecitina de soja, proteína texturizada de soja e os comprimidos de isoflavona de soja.
A divulgação na grande mídia desses produtos como saudáveis tem resultado em uma aceitação cada vez maior deles pela população.
Sabe como se faz leite de soja industrializado?

Primeiro, deixa-se de molho os grãos em uma solução alcalina, de modo a tentar neutralizar ao máximo (mas não totalmente) os inibidores da tripsina.
Depois essa pasta passa por um aquecimento a mais de 100 graus, sob pressão.

Esse processo neutraliza grande parte (mas não a totalidade) dos antinutrientes, mas, em troca, danifica a estrutura das proteínas, tornando-as desnaturadas, de difícil digestão (Wallace, G. M. Studies on the processing and properties of soymilk. J Sci Fd Agric, v. 22, p. 526-535).
Além disso, os fitatos remanescentes são suficientes para impedir a absorção de nutrientes essenciais.
A propósito, aquela tal solução alcalina onde a soja fica de molho é à base de n-hexano, nada mais que um solvente derivado do petróleo, cujos traços ainda podem ser encontrados no produto final, que vai para a sua mesa e que pode gerar o aparecimento de outras substâncias cancerígenas.
Esse n-hexano reduz também a concentração de um aminoácido importante, a cistina (Berk, Z. Technology of production of edible flours and protein products from soybeans. FAO Agricultural Services Bulletin, 97. Organização de Agricultura e Alimentos das Nações Unidas, p. 85, 1992).
Mas os males do leite de soja não param nisso:

1.Beber apenas dois copos de leite de soja por dia pode alterar significativamente o ciclo menstrual da mulher.
2. O leite de soja aumenta a necessidade do corpo pela vitamina B12 e vitamina D.
3. 99% da soja é geneticamente modificada e contém um dos mais graus de contaminação por pesticidas entre os alimentos; o leite de soja herda tudo isso.
4. A soja e produtos derivados dela, como o leite, contêm altos níveis de ácido fítico, que inibe a assimilação do cálcio, magnésio, cobre, ferro e zinco.
5. Os alimentos de soja, como o leite, contêm altos níveis de alumínio tóxico, que afeta negativamente o sistema nervoso e os rins e tem sido associado ao aparecimento da doença de Alzheimer.
6. A soja e seus produtos contêm um composto semelhante à vitamina B12 que não pode ser processado pelo corpo; assim, alimentos de soja podem contribuir para a deficiência de vitamina B12.
7. A soja contém estrogênios vegetais, chamadas fitoestrogênios, que perturbam a função endócrina e levam à infertilidade e câncer de mama em mulheres.
8. Os antinutrientes da soja são muito nocivos à tireoide.
Quem já tem problemas nessa glândula deve riscar a soja do cardápio.
E como se fabrica a proteína de soja, também chamada de "carne de soja"?
Em primeiro lugar, retira-se da soja moída o seu óleo e o seu carboidrato usando solventes químicos e alta temperatura. Em seguida, mistura-se uma solução alcalina para separar as fibras.

Logo após, submete-se a um processo de precipitação e separação utilizando um banho ácido.
Por último, vem um processo de neutralização com uma solução alcalina.
Segue-se a uma secagem a altas temperaturas e à redução do produto a um pó.
Esse produto, altamente manipulado, tem seu valor nutricional totalmente comprometido.
As vitaminas se vão, mas os inibidores da tripsina permanecem firmes e fortes (Rackis, J. J. et al. The USDA trypsin inhibitor study. I. Background, objectives and procedural details. Qual Plant Foods Hum Nutr, v. 35, p. 232).
Não existe nenhuma lei no mundo que obrigue os alimentos à base de soja a exibir nos rótulos a quantidade de inibidores da tripsina.

Também não existe nenhuma lei padronizando as quantidades máximas desse produto. Que conveniente!
A proteína texturizada de soja (proteína texturizada vegetal, carne de soja) tem ainda como agravante a adição de glutamato monossódico, no intuito de neutralizar o sabor do grão e criar um sabor de carne.
Alguns pesquisadores acreditam que o grande aumento das taxas de câncer de pâncreas e fígado na África se deve à introdução de produtos de soja naquela região (Katz, S. H. Food and biocultural evolution a model for the investigation of modern nutritional problems. Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 p. 50).

Soja transgênica

É outro ponto negativo da soja.
Infelizmente, a soja produzida no Brasil hoje é quase toda modificada geneticamente.

Dica

Quando consumir soja, utilize apenas os derivados altamente fermentados, como o missô e o shoyu.
Mesmo assim, muita atenção para os rótulos.
Compre apenas se neles estiver escrito "fermentação natural" e se NÃO contiverem produtos como glutamato monossódico e outros ingredientes artificiais.

Quando consumir tofu (você deve fazer isso raramente), certifique-se de lavá-lo com água corrente, pois grande quantidade dos antinutrientes ficam no seu soro.
Consulte sempre seu médico: http://www.curapelanatureza.com.br/post/02/2017/dizem-que-e-saudavel-mas-esta-bebida-destroi-tireoide-e-causa-deficiencia-de-vitamina-d

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sexta-feira, 14 de abril de 2017

Chique é tratar bem os outros

As marcas traduzem-se em status, e há ícones essenciais que revelam quem são as pessoas, mesmo que nunca se tenha falado com elas: os óculos, as roupas, os sapatos, a bolsa, o relógio, o celular… Tratam-se de categorias de objetos que funcionam como uma apresentação e permitem posicionar a pessoa na escala social. É a clara definição do “quem tem o quê” porque isso revela “quem tem quanto”.
É difícil fugir desse padrão de comportamento — por muito que se deseje ou tente — e, em certos meios sociais, é quase impossível. Tornou-se um paradigma que permite reconhecer os outros pelo seu poder aquisitivo, pelo seu status social, bem ao modo materialista do mundo moderno.
Mas, na verdade, trata-se de uma falsa questão, porque o dinheiro, as marcas, as roupas e os objetos, são insuficientes para revelar quem são as pessoas. O que as separa — realmente — é a discrição, a educação, a generosidade e a distinção. E estes traços dividem, ainda que grosseiramente, as pessoas em dois grupos: os deselegantes, que se esforçam por aparecer a qualquer preço, e os elegantes, que primam pela discrição.
Os primeiros, os deselegantes, expõem a sua privacidade, invadem a esfera pública com as suas emoções exageradas e sentem necessidade constante de mostrar as etiquetas das suas roupas. Gostam de contar o que têm e falar do que compraram ou vão comprar. Citam muitas marcas e, com frequência, comentam-nas com a pronúncia errada. Givenchy é difícil para eles. Moschino também. E muitos nem sequer sabem o que é Fendi.
Mas afirmam-se pelas marcas, e o seu comportamento é ditado pelo exagero: falam demais e alto demais, gesticulam demais, mostram demais, abraçam demais, usam roupas demasiado justas ou curtas e decotes demasiado grandes. Neles, tudo é excessivo. E estes são apenas os traços visíveis.
O pior de tudo é o hábito de maltratar os outros — o porteiro, a manicure, o motorista, o empregado da loja, o garçom, ou qualquer pessoa que os sirva ou trabalhe para eles. São mal educados, grosseiros: não dizem obrigado, por favor, bom dia ou com licença. Sobre isto, o escritor Miguel-Angel Martí García afirma que “a forma de falar de uma pessoa diz mais sobre ela do que o seu vestuário”.
Já os elegantes, são de outra cepa: não expõem marcas, não falam das suas joias ou dos seus bens, e acham sempre que menos é mais. A discrição é a sua palavra chave, e neles tudo é comedido, sereno, sem exageros.
Ser elegante é algo que tem a ver com uma atitude: está muito além de ter dinheiro. É, fundamentalmente, ter educação. E o melhor traço dos elegantes é o respeito pelo outro: são generosos, sorriem, são suaves, não insultam e nem maltratam ninguém.
Alguém elegante não se imita – porque não basta ter, tem que ser. Ser educado, ser reservado, ser generoso, ser simples, ser distinto. E ser é algo difícil de conseguir: faz parte de um refinamento adquirido ao longo de anos, e que se entranha na pele, tornando-se tão natural quanto respirar. Ser é uma caraterística que pertence à alma e não ao dinheiro.
Atualmente as pessoas definem-se cada vez mais pelo dinheiro: há os que têm e os que não têm. Esta é uma forma simplista de classificar o mundo pelos padrões de consumo e riqueza. Simplista e, paradoxalmente, pobre.
O que nos define é a forma como tratamos os outros, porque isso diz tudo de nós. Não é o que temos, mas o que sai de nós que revela quem somos.
Texto de Ivone Martins

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segunda-feira, 10 de abril de 2017

Qual é o significado da tristeza?

Na tristeza ficamos tristes.
Quando perdemos alguém.
Quando perdemos.
Quando as coisas não são como queríamos que fossem.
Quando as pessoas não são como queríamos que fossem.
Quando o mundo e a realidade não são o que queríamos que fossem.
Quando não somos o que gostaríamos de ser.
Quando não temos o que gostaríamos de ter.
Porém,
se nos lembrarmos
que as coisas são como são
que as pessoas são como são
que nós, o mundo e a realidade são o que são
e que podemos apreciar o que temos invés de lamentar o que não temos,
começamos a entrar no mundo da não dualidade.
Se houver sabedoria e compaixão perceberemos que a tristeza, mesmo profunda, é passageira.
Perceberemos que se as coisas, as pessoas, o mundo, a realidade e nós mesmos estamos num processo contínuo de transformação
Então poderemos pensar em nos tornarmos essa transformação que queremos no mundo.
Para que haja menos tristeza, mais alegria, mais compartilhamento e harmonia.
O contentamento com a existência é um dos ensinamentos principais de Buda:
“a pessoa que conhece o contentamento é feliz, mesmo dormindo no chão duro; a pessoa que não conhece o contentamento é infeliz mesmo num palácio celestial.”
Então, quando sentimos tristeza, observamos a tristeza.
Como está nossa respiração? Como estão os batimentos cardíacos? Como está a nossa postura?
Que pensamentos são esses que me fazem deixar os ombros cair para frente, baixar a cabeça e, quem sabe, chorar?
Como se formam as lágrimas?
E, mesmo em meio a lágrimas, podemos sorrir e perceber que enquanto vivas criaturas temos esta experiência extraordinária e bela de poder ficar triste.
Tristeza que vem.
Tristeza que vai.
E sem se apegar a coisa alguma e sem sentir aversão a coisa alguma descobrimos o verdadeiro sentido da vida.
É assim que trabalhamos a tristeza.
Zazen – sentar-se em zen e observar a si mesma.
Postura correta, alongamento da coluna vertebral, abrir o diafragma e respirar profundamente. Inspiração mais curta, expiração mais longa. Saboreando o ar. Ombros alinhados e retos, postura de Buda.
Ensinamentos de sabedoria nos auxiliam a sair da toca, do casulo de separatividade que falsamente criamos e de nos lembrarmos que sempre há pessoas e situações piores do que a nossa, sempre há pessoas e situações melhores do que a nossa e nunca, nunca, perder a dignidade.
Tristeza boa é da saudade de alguém que logo poderemos rever.
Tristeza ruim é aquela que náo queremos deixar passar. Aquela na qual nos agarramos, pois nos dá uma identidade, nos torna especiais. Especialmente tristes. Comoventes, Vítimas a serem apiedadas e cuidadas. Ah! Quanta carência.
Abandonar a tristeza é abrir as mãos, o coração, a mente para a emoção seguinte.
É lavar o rosto, olhar para a imensidão do céu, da Terra, do mar e perceber a pequenês da nossa vida.
Sem culpa e sem culpar ninguém.
Sinta a tristeza, reconheça, respire a tristeza e a deixe passar.
Mãos em prece


Por Monja Coen




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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Idosos criam repúblicas para envelhecerem entre amigos

Poder envelhecer ao lado dos seus amigos pode tornar essa fase difícil da vida mais prazerosa e é exatamente nisso que a Espanha pensou. Lá já existem 8 condomínios que funcionam como uma república autogerida. No espaço, amigos idosos moram juntos, fazem esportes, e se divertem  sempre na companhia de alguém querido. 
Não é um asilo, é o chamado “cohousing”, moradias criadas e administrada pelos próprios idosos, que decidem entre amigos como e onde querem viver sua aposentadoria.
A amizade de Víctor Gómez e Cruz Roldán tem 46 anos. Conheceram-se em uma excursão na Serra Nevada, na Espanha, com um grupo de caminhada. “Mas era mais do que isso, era um grupo de estilo de vida”, relembra Roldán, hoje com 79 anos. Quando estavam com meio século de vida, perguntaram-se: "por que não nos vemos envelhecer?". Quinze anos depois, moram com suas respectivas esposas em Convivir, uma república autogerida na cidade espanhola de Cuenca. Dezenas de amigos e familiares se entusiasmaram quando os dois casais de amigos propuseram a ideia de viver juntos, e hoje são 87 sócios que se identificam com o lema “dar vida à idade”.


O condomínio conta com todos os serviços de um asilo para idosos tradicional. “Mas não ficamos sentados o dia todo em uma cadeira entre desconhecidos”, explicou um dos amigos. Compartilham tarefas, mantêm-se ativos, mas conservam sua independência.
 A velhice chega mais tarde hoje, mas pensa-se nela desde cedo. Os mais velhos atualmente —especialmente europeus e japoneses— vivem mais e não querem passar a última fase da vida entre desconhecidos ou “ser uma carga para os filhos”. É o que demonstra um estudo de 2015, realizado pelo ministério da Saúde espanhol, no qual mais da metade dos pesquisados acha pouco provável viver em um asilo, enquanto quatro em cada dez veem como alternativa o cohousing. São moradias criadas e administrada pelos próprios idosos, que decidem entre amigos como e onde querem viver sua aposentadoria. Os apartamentos pertencem a uma cooperativa, mas podem ser deixados de herança para os filhos. Na Espanha, há oito projetos construídos e vários em gestação.
Falta pouco para a hora do almoço na Convivir e em uma das muitas salas comuns ouve-se Raffaella Carrà. Um aparelho de rádio e toca-fitas Sony vibra ao sol da música Porque El Amor, enquanto as pessoas dão risada. É uma oficina de risoterapia dirigida por Lourdes Ranera. Aprendeu essa técnica na Índia, ensinou-a por mais de 20 anos em Barcelona, e hoje faz rir todos os dias seus colegas de república. Os que não estão rindo, estão trocando de roupa depois de uma aula de ginástica a cargo de Timoteo, que antes de se aposentar era professor. Outros participam da aula de macramê oferecida por Amelia López, de 88 anos, a mais velha do lugar. A idade média é de 70 anos, mas respira-se um ambiente juvenil. “Vir para cá me rejuvenesceu! É a graça de morar em uma residência quando ainda estamos bem”, conta López. “Isso ajuda a não pensar em quando chegará sua hora ao parar de trabalhar”, acrescenta Roldán.

A idade média é de 70 anos, mas respira-se um ambiente juvenil

Apesar desse tipo de moradia colaborativa estar se consolidando há pouco tempo na Espanha, Rogelio Ruiz, arquiteto da eCohousing, recebeu quase 1.000 pedidos de informação sobre este modelo de república. Sua equipe venceu um concurso de arquitetura com uma das duas residências do tipo construídas em Madri, chamada de Trabensol: “Achávamos muito estranho fazer casas para pessoas que não sabíamos quem eram, nem como queriam morar. Agora tomamos as decisões com eles. Se há alguém que trabalhou com jardinagem, opina nas áreas verdes, e se há uma enfermeira, fala sobre como deve ser a área de saúde”.
Todas as residências de cohousing devem cumprir os requisitos de um ambiente tradicional para idosos: banheiros geriátricos, móveis sem quinas, botões de emergência em todos os quartos, entre outras coisas.
Diferentemente da situação em Convivir, onde todos que querem um apartamento devem ter um conhecido e ser sócios, em Trabensol a oferta é para o público em geral. Entretanto, ainda custa caro viver em uma república para idosos: os valores para associar-se a uma cooperativa de cohousing na Espanha – que não isenta os gastos mensais— vai dos 50.000 aos 140.000 euros (entre 175.000 a 490.000 reais). Esse gasto vai sendo amortizado nas residências que também recebem não sócios. Na Fuente de la Peña, também na espanha, se você for sócio paga 2.080 euros (7.280 reais) por mês por casal, em vez de pagar um “aluguel” de 3.150 euros (11.025 reais). Os custos variam também se o residente quer serviços de limpeza, lavagem de roupas, comida ou só acesso aos serviços de saúde, como enfermaria e fisioterapia.

Todas as residências cumprem os requisitos de um asilo: banheiros geriátricos, móveis sem quinas, botões de emergência em todos os quartos, entre outros

Das experiências espanholas, os defensores concordam que os interessados se aproximam mais dos 50 que dos 70 anos. Nemesio Rasillo, um dos fundadores da residência Brisa del Cantábrico, onde a idade média é de 63 anos, atribui isso a que “os mais idosos passam ao cuidado familiar”. Mas há muitos adultos que ainda não se aposentaram e já têm claro que não querem ser “uma carga para seus filhos”. Nesta residência, uma das normas é poder haver no máximo 15 pessoas nascidas no mesmo ano, para garantir a variedade geracional. Cada cooperativa tem suas regras, mas uma que se repete em relação à questão da dependência é que desde que um residente se soma ao projeto, parte de seu dinheiro vai para um fundo social. “Assim, quando algum dos colegas precisar de uma assistência especial, dividimos entre todos e não será um gasto expressivo”, explica Roldán.
É a hora da siesta em Cuenca, e “o castelo do século XXI”, como o chamam os moradores de Convivir, parece ter parado no tempo. Ninguém circula pelos longos corredores dos dois andares, as raquetes de pingue-pongue descansam sobre a mesa e o salão de beleza está fechado a chave. É o momento de desfrutar do apartamento que cada um decorou a seu gosto. “Em vez de meu filho se tornar independente, eu é que me tornei”, diz em voz baixa Luis de la Fuente, enquanto fecha a porta de seu novo lar.

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